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Mulheres na política já!

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O debate sobre a representatividade das mulheres na política ainda se encontra muito distante do desejado e naturalmente deve ser objeto de reflexão neste Dia Internacional da Mulher – e em todos os outros dias.

As mulheres ainda encontram muita dificuldade para ocupar cargos de poder, serem eleitas ou terem voz ativa nas tomadas de decisões políticas, devido à exclusão histórica que se confirma até hoje neste cenário de baixa representatividade. 

Apesar de representarem quase 52% da população e mais de 52% do eleitorado brasileiro, as mulheres ainda são minoria na política. O Brasil é um dos piores países neste quesito, terceiro lugar na América Latina em menor representação parlamentar. 

E as eleições municipais de 2020 confirmaram esta tendência, quando foram eleitas 651 prefeitas (12,1%), contra 4.750 prefeitos (87,9%). Nas câmaras, foram 9.196 vereadoras eleitas (16%), contra 48.265 vereadores (84%).

Em Mato Grosso, o percentual de mulheres prefeitas eleitas foi o mesmo das últimas eleições em 2016, apenas 10% do total de eleitos do sexo masculino. Quinze mulheres comandam hoje prefeituras no estado.

Nos parlamentos municipais houve um pequeno avanço. Em Cuiabá, duas mulheres foram eleitas de um total de 25 vagas. Pela primeira vez na história, temos duas representantes, não havia nenhuma na legislatura anterior. Em Várzea Grande, três mulheres conseguiram assegurar vaga entre as 21 disponíveis.

Em Dom Aquino, as mulheres hoje são maioria, exceção que deve ser comemorada. Seis vereadoras foram eleitas, mais da metade das nove vagas do parlamento municipal.

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A última eleição municipal foi a primeira em que vigoraram as novas regras da reserva de 30% dos fundos eleitoral e partidário e a aplicação do mesmo percentual ao tempo de propaganda eleitoral. Apesar de importantes, esses mecanismos pouco tem contribuído para melhorar o acesso das mulheres a cargos públicos. 

A sub-representação feminina na política gera consequências como a baixa construção e execução de políticas públicas que considerem as questões do ser mulher. Por isso, o espaço da política precisa ser ocupado cada vez mais. A maior representatividade de mulheres no Executivo e Legislativo pode garantir políticas mais efetivas para esse grupo majoritário, o que seria um ganho para toda a sociedade. 

Para se ter uma ideia dos resultados da presença feminina na política, basta lembrar que a revista Forbes apontou, em matéria recente, que os países que estão lidando melhor com a crise do coronavírus são liderados por mulheres. Alemanha, Nova Zelândia, Finlândia e Dinamarca são exemplos de boa gestão da crise na saúde.

Como presidente do PSDB-MT, tenho trabalhado na implantação de ações partidárias que garantam a conscientização, formação e capacitação de mulheres para que se engajem de forma robusta na política e disputem cargos eletivos com maior competitividade. Estas ações são coordenadas pela presidente do PSDB-Mulher de Mato Grosso, Maria Avallone, que disputou uma vaga na Câmara de Cuiabá e continuará estimulando outras mulheres a comprar essa briga. A ex-prefeita e ex-deputada federal Thelma de Oliveira, atua pelos mesmos princípios no plano nacional como Segunda Vice-Presidente da Executiva Nacional do PSDB-Mulher.

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Também somos favoráveis à adoção de cotas voluntárias pelos partidos, além dos 30% hoje reservados às candidaturas femininas. Nesse sentido, consideramos um avanço o projeto de lei que já tramita no Senado reservando pelo menos 30% das cadeiras de deputados e vereadores para as mulheres. No Senado, uma cadeira em cada estado será reservada às mulheres.

A cota de gênero é a consolidação de um avanço civilizatório e um aprimoramento do regime democrático. E o PSDB-Mulher quer mais: a sonhada igualdade 50/50. Todas estas questões devem integrar a Reforma Política inclusiva a ser amplamente discutida pela sociedade, pois objetiva tornar o Legislativo um retrato mais fiel da diversidade social que marca nosso país.

Desconstruir a cultura de discriminação, muitas vezes amparada em dispositivos legais e nas estruturas sociais, é tarefa que vai muito além do reconhecimento da importância da igualdade de gênero. Trata-se de construir uma sociedade justa e verdadeiramente democrática, onde as mulheres ocupem espaços políticos proporcionais à presença e ao papel social delas.

Tenho muita honra de ser filho de dona Ida, companheiro de vida de Maria Avallone, pai de Marina, Carla e Ana e ter meu gabinete formado, em sua grande maioria, por mulheres.

*Carlos Avallone é deputado estadual e presidente do PSDB-MT

Fonte: ALMT

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A ARMADILHA DA DESINFORMAÇÃO

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Acompanhei uma calorosa conversa entre o sócio de uma auto peças de máquinas agrícolas e o seu amigo, proprietário de um supermercado, descendo o porrete no agronegócio, numa ensolarada tarde de segunda feira.

No tempo em que fiquei no balcão esperando o vendedor finalizar o orçamento das peças, passei a refletir sobre o posicionamento dos dois empresários, se oriunda da desinformação, da ideologia ou do vício de reclamar da vida por reclamar!!!

O contraditório era latente… os clientes dos dois comerciantes, em sua maioria são produtores rurais, especialmente o de peças de máquinas agrícolas. Por outro lado, o atacadista de alimentos, o seu negócio é compra e venda de produtos da agroindústria.

Olhava para um, depois para o outro, e fiquei pensando… como é possível, dois empresários do agronegócio, desqualificarem as suas atividades, denegrirem a si mesmos e jogarem contra o seu próprio negócio.

Num repente, esquecendo das orientações de não intrometer na conversa dos outros, pedi licença aos dois e perguntei se tinham conhecimento do conceito do agronegócio. No embalo da resposta, burburejaram uma avalanche de adjetivos pejorativos aos produtores rurais, entre eles: criminosos, poluidores, devastadores do meio ambiente… etc etc etc

Enquanto eles falavam freneticamente reforçando as suas convicções desacerbadas, demonizando o setor, rapidamente busquei no google o conceito do agronegócio na Wikipédia (a enciclopédia livre), e, solicitei para um deles ler.

E assim iniciou a leitura: “O agronegócio representa qualquer operação do ciclo da agricultura e da pecuária, o que engloba a produção, os serviços financeiros, de transporte, marketing, seguros, bolsas de mercadoria.”

Percebi que os dois já acenderam o sinal vermelho. Solicitei que continuasse a ler, e assim o fez: “O agronegócio é dividido em três partes. A primeira é representada pela indústria e comércio, como por exemplo, os fabricantes de fertilizantes, defensivos químicos, equipamentos, bancos e financeiras. A segunda parte trata dos negócios agropecuários propriamente ditos, representados pelos produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes, constituídos na forma de pessoas físicas (fazendeiros ou camponeses) ou de pessoas jurídicas. E na terceira parte encontram-se as atividades de compra, transporte, beneficiamento e venda dos produtos agropecuários até o consumidor final. Enquadram-se, nesta definição, os frigoríficos, as indústrias têxteis e calçadistas, empacotadores, supermercados e distribuidores de alimentos.”

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Ao terminar a leitura do conceito da palavra agronegócio (agribusiness), originária no ano de 1955, nos EUA, pelos pesquisadores da Universidade de Harvard, John Davis e Ray Goldberg, os dois empresários demonstraram certa surpresa misturada com desconforto. Sabe aquela reação quando é pego de calça curta. Pois é. Não precisei falar nada.

Poderia ter enumerado todas as conquistas do agronegócio brasileiro, desde dos anos em que o Brasil era dependente da produção de alimentos de outros países até se transformar em líder mundial de produção.

Poderia relatar a importância do agronegócio no crescimento e estabilidade econômica do País, no aumento de produção a cada safra, da responsabilidade socioambiental e sustentabilidade, da brilhante participação dos dois no agronegócio.

Poderia… Enfim, não foi necessário. A ficha caiu.

Essa triste realidade que infelizmente deparamos no dia a dia, foi cientificamente comprovado através da pesquisa realizada no final do ano de 2022, pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA), idealizadora do Movimento “Todos a Uma só Voz”, revelando que 33% das pessoas, com idade de 30 a 59 anos, tem uma percepção negativa da atividade do agronegócio, nos temas relevantes como: preservação do meio ambiente, sustentabilidade e combate à fome. Na faixa etária de 15 a 29 anos, fica pior, o índice sobe para 51%.

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A desinformação ou as informações distorcidas de um setor que emprega, produz, alimenta seu povo e ajuda a alimentar o mundo devem ser combatidas. Há uma necessidade urgente de ações pontuais e eficientes, de propagação de matérias e reportagens consistentes, positivas, educativas, demonstrando a importância das atividades de toda a cadeia produtiva do agronegócio.

No ano passado, também foi realizada uma outra pesquisa, essa com os Produtores Rurais, por uma equipe multidisciplinar de 15 especialistas e acadêmicos da ESALQ-USP, Fundação Dom Cabral e ESPM, onde constataram que 71% dos Produtores concordam que o agronegócio precisa divulgar mais sobre a sua atividade, o seu desenvolvimento e o seu futuro, a fim de ser mais valorizado pela população urbana.

Muitas instituições de classe de produtores e associações empresariais já colocaram nos seus planejamentos, investimentos para divulgar a verdadeira face do agronegócio para a sociedade brasileira e estrangeira.

Surge no horizonte o desafio em desconstruir a armadilha da desinformação.

 

Isan Oliveira de Rezende

Produtor Rural, Advogado, Engenheiro Agrônomo, Presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de Mato Grosso (FEAGRO MT), Presidente do Instituto do Agronegócio, Coordenador da Agricultura Familiar e Agronegócio na Associação de Bancos (ASBAN), membro da Câmara Especializada de Agronomia no CREA/MT e membro da Comissão do Agronegócio na OAB/MT.

Fonte: Isan Rezende

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