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Jotabê Medeiros realiza palestra online em maratona de jornalismo cultural
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5 anos agoon
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infocoweb
Nascido na Paraíba em 1962, formado em Comunicação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, em 1986, autor de livros como “O bisbilhoteiro das galáxias”, “Raul Seixas: Não diga que a canção está perdida” e “Belchior: Apenas um rapaz latino-americano”, o jornalista Jotabê Medeiros ministra, na próxima terça-feira (9), a partir das 20h, uma palestra online sobre um “Panorama do jornalismo e da crítica cultural no Brasil”.
O encontro virtual faz parte da extensa programação da Maratona Jornalismo Cultural – (In) Formar Público, idealizada pela também jornalista cuiabana Maria Clara Cabral, contemplada pelo edital da MT Nascentes na categoria de “projetos de formação em backstage”, promovido pela Secretaria do Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), com recursos federais da Lei Aldir Blanc.
A palestra de Jotabê fecha o primeiro dia de programação da Maratona, em que ocorre o Seminário de Abertura, transmitido via Youtube e aberto a todos, sem necessidade de inscrições. Nesta conversa, o jornalista pretende abordar a realidade do jornalismo cultural e formas de enfrentar os desafios: “Quais são as ferramentas que dispõe o jornalista hoje para fazer um bom trabalho, uma boa cobertura na área cultural? Quais são os grandes desafios que se propõem? Como o jornalista pode fazer para eleger as prioridades do seu trabalho?”, questiona o comunicólogo.
Segundo o paraibano, nos anos 80 e 90 o jornalismo cultural era muito mais segmentado, e feito por profissionais especializados, enquanto atualmente os jornalistas escrevem sobre mais assuntos, ou optam por focar em “curadorias de produção”. “Eu vou abordar isso, como também eu pretendo abordar a questão do emprego. Acho que essa é talvez a maior angústia do jornalista iniciante hoje: como ele vai fazer para tornar remunerada a sua atividade, fazer com que ele seja remunerado pelo seu trabalho. Nós temos uma nova ordem que se apresenta, temos que fazer algo que talvez o pessoal das artes também está fazendo, o próprio músico está fazendo, que é virar uma espécie de empresário de si mesmo”, completa.
Dentre outros desafios, Jotabê elenca a falta de tratamento profissional às notícias da área cultural, que surge junto à maior disseminação da informação pela internet. “Você tem uma dispersão muito grande das informações e não tem, também, a curadoria do material artístico, do material de cultura que se apresenta para a sociedade. O debate é pulverizado, você não tem foco nas coisas que realmente têm valor, ou que têm pelo menos uma qualidade capaz de assegurar a sua permanência, e você também não tem jornalistas trabalhando nisso. Você tem jornalistas especializados, mas boa parte deles está trabalhando em outras coisas no momento”, explica. Na conversa, Jotabê pretende apresentar formas de superar estas objeções e seguir resistindo e fazendo jornalismo cultural da melhor forma possível.
Além do paraibano, participam da mostra de abertura representando a produção jornalística mato-grossense Lorenzo Falcão, do site especializado em cultura, Tyrannus Melancholicus; o diretor da Rádio Assembleia, Eduardo Ferreira e a jornalista Marianna Marimon. Ambos, criadores do site Cidadão Cultura. Também integra o quadro de colaboradores do projeto, a jornalista Lidiane Barros, que soma na produção do evento com sua bagagem e paixão pelo segmento.
Programação
A programação começa no dia 9 de março, terça-feira, às 16h, com quatro palestras: “Arte e jornalismo in(fusão)”, com Lorenzo Falcão; seguido de “Assessoria de comunicação para (in)formação de plateia” com Lidiane Barros, às 16h30; “Cultura na TV e Rádio mato-grossense”, com Eduardo Ferreira, às 17h e “A arte de fazer jornalismo literário”, com Marianna Marimon, às 17h30. Em seguida, das 18h às 19h, acontece um debate mediado por Maria Clara, e Jotabê encerrando a mostra, das 20h às 20h40. Tudo será transmitido online via Youtube.
Além da mostra de abertura – para a qual não é necessário se inscrever – o evento terá debates, oficinas e minicursos. Dentre elas, uma atividade com a Mídia Ninja, rede colaborativa que nasce em Cuiabá a partir de práticas do jornalismo cultural independente; uma parceria com a Laboratório de Comunicação e Cultura ‘A Lente’, com dicas para divulgação de projetos e produtos para artistas e empreendedores; e uma atividade voltada a rádios comunitárias e produtores de podcasts com o artivista multimedia Eduardo Ferreira, que também é diretor da Rádio Assembleia. As inscrições para estas atividades já estão encerradas.
O projeto
Maria Clara, jornalista, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e proponente do projeto conta que a ideia nasceu junto à sua pesquisa de mestrado, em que ela estuda o jornalismo cultural em Mato Grosso.
“É um projeto que parte muito da vontade de entender as experiências desses jornalistas que escrevem sobre cultura num Estado como o nosso, que é muito pautado economicamente e culturalmente pelo agronegócio”, explica.
Dentre suas inquietações acerca do tema estava o incômodo com a ideia de que o jornalismo cultural seria somente voltado às artes, e que a arte estaria distante das vivências da população. Atualmente, é notório o espaço reduzido – em alguns casos, inexistente – para a cobertura cultural.
As atividades são voltadas principalmente para jornalistas, estudantes e artistas, mas está aberta a todos os interessados. Inclusive, por ser realizada de forma online, o evento não se limita a participantes somente de Mato Grosso.
Serviço
Maratona Jornalismo Cultural – (In) Formar Público
Evento: 09 a 15/03
Transmissão online: YouTube Maratona Jornalismo Cultural
Programação: AQUI
Acompanhei uma calorosa conversa entre o sócio de uma auto peças de máquinas agrícolas e o seu amigo, proprietário de um supermercado, descendo o porrete no agronegócio, numa ensolarada tarde de segunda feira.
No tempo em que fiquei no balcão esperando o vendedor finalizar o orçamento das peças, passei a refletir sobre o posicionamento dos dois empresários, se oriunda da desinformação, da ideologia ou do vício de reclamar da vida por reclamar!!!
O contraditório era latente… os clientes dos dois comerciantes, em sua maioria são produtores rurais, especialmente o de peças de máquinas agrícolas. Por outro lado, o atacadista de alimentos, o seu negócio é compra e venda de produtos da agroindústria.
Olhava para um, depois para o outro, e fiquei pensando… como é possível, dois empresários do agronegócio, desqualificarem as suas atividades, denegrirem a si mesmos e jogarem contra o seu próprio negócio.
Num repente, esquecendo das orientações de não intrometer na conversa dos outros, pedi licença aos dois e perguntei se tinham conhecimento do conceito do agronegócio. No embalo da resposta, burburejaram uma avalanche de adjetivos pejorativos aos produtores rurais, entre eles: criminosos, poluidores, devastadores do meio ambiente… etc etc etc
Enquanto eles falavam freneticamente reforçando as suas convicções desacerbadas, demonizando o setor, rapidamente busquei no google o conceito do agronegócio na Wikipédia (a enciclopédia livre), e, solicitei para um deles ler.
E assim iniciou a leitura: “O agronegócio representa qualquer operação do ciclo da agricultura e da pecuária, o que engloba a produção, os serviços financeiros, de transporte, marketing, seguros, bolsas de mercadoria.”
Percebi que os dois já acenderam o sinal vermelho. Solicitei que continuasse a ler, e assim o fez: “O agronegócio é dividido em três partes. A primeira é representada pela indústria e comércio, como por exemplo, os fabricantes de fertilizantes, defensivos químicos, equipamentos, bancos e financeiras. A segunda parte trata dos negócios agropecuários propriamente ditos, representados pelos produtores rurais, sejam eles pequenos, médios ou grandes, constituídos na forma de pessoas físicas (fazendeiros ou camponeses) ou de pessoas jurídicas. E na terceira parte encontram-se as atividades de compra, transporte, beneficiamento e venda dos produtos agropecuários até o consumidor final. Enquadram-se, nesta definição, os frigoríficos, as indústrias têxteis e calçadistas, empacotadores, supermercados e distribuidores de alimentos.”
Ao terminar a leitura do conceito da palavra agronegócio (agribusiness), originária no ano de 1955, nos EUA, pelos pesquisadores da Universidade de Harvard, John Davis e Ray Goldberg, os dois empresários demonstraram certa surpresa misturada com desconforto. Sabe aquela reação quando é pego de calça curta. Pois é. Não precisei falar nada.
Poderia ter enumerado todas as conquistas do agronegócio brasileiro, desde dos anos em que o Brasil era dependente da produção de alimentos de outros países até se transformar em líder mundial de produção.
Poderia relatar a importância do agronegócio no crescimento e estabilidade econômica do País, no aumento de produção a cada safra, da responsabilidade socioambiental e sustentabilidade, da brilhante participação dos dois no agronegócio.
Poderia… Enfim, não foi necessário. A ficha caiu.
Essa triste realidade que infelizmente deparamos no dia a dia, foi cientificamente comprovado através da pesquisa realizada no final do ano de 2022, pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA), idealizadora do Movimento “Todos a Uma só Voz”, revelando que 33% das pessoas, com idade de 30 a 59 anos, tem uma percepção negativa da atividade do agronegócio, nos temas relevantes como: preservação do meio ambiente, sustentabilidade e combate à fome. Na faixa etária de 15 a 29 anos, fica pior, o índice sobe para 51%.
A desinformação ou as informações distorcidas de um setor que emprega, produz, alimenta seu povo e ajuda a alimentar o mundo devem ser combatidas. Há uma necessidade urgente de ações pontuais e eficientes, de propagação de matérias e reportagens consistentes, positivas, educativas, demonstrando a importância das atividades de toda a cadeia produtiva do agronegócio.
No ano passado, também foi realizada uma outra pesquisa, essa com os Produtores Rurais, por uma equipe multidisciplinar de 15 especialistas e acadêmicos da ESALQ-USP, Fundação Dom Cabral e ESPM, onde constataram que 71% dos Produtores concordam que o agronegócio precisa divulgar mais sobre a sua atividade, o seu desenvolvimento e o seu futuro, a fim de ser mais valorizado pela população urbana.
Muitas instituições de classe de produtores e associações empresariais já colocaram nos seus planejamentos, investimentos para divulgar a verdadeira face do agronegócio para a sociedade brasileira e estrangeira.
Surge no horizonte o desafio em desconstruir a armadilha da desinformação.
Isan Oliveira de Rezende
Produtor Rural, Advogado, Engenheiro Agrônomo, Presidente da Federação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de Mato Grosso (FEAGRO MT), Presidente do Instituto do Agronegócio, Coordenador da Agricultura Familiar e Agronegócio na Associação de Bancos (ASBAN), membro da Câmara Especializada de Agronomia no CREA/MT e membro da Comissão do Agronegócio na OAB/MT.
Fonte: Isan Rezende
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