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POLITÍCA NACIONAL

PEC autoriza que universidades adotem bônus regional em processo seletivo

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Uma proposta de Emenda à Constituição apresentada no Senado deixa a cargo das universidades públicas adotar políticas de inclusão nos seus processos seletivos para assegurar melhores chances aos candidatos que vêm da mesma região da instituição (PEC 7/2025). Isso já acontece, por exemplo, em algumas instituições de ensino superior no Norte e Nordeste, que aplicam um bônus regional para os estudantes locais.

Segundo o autor da PEC, senador Alan Rick (União-AC), a ideia seria uma ação afirmativa — medida para corrigir e superar desvantagens históricas — para  promover a redução das desigualdades regionais. A proposta tem o objetivo de ajudar principalmente os alunos de regiões tradicionalmente desfavorecidas na oferta da educação básica — o que, em regra, reduz as chances de conseguirem vagas em instituições superiores públicas. 

“Embora o Sistema de Seleção Unificada (SISU) e o uso do Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] como critério de acesso ao ensino superior público tenham proporcionado ganhos de eficiência nos processos seletivos, a concorrência nacional por vagas acabou prejudicando os candidatos locais em determinadas regiões do país, especialmente aquelas marcadas por déficits históricos no acesso e na qualidade da educação básica”, diz o senador na justificativa da proposta.

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O bônus regional já é adotado por instituições como a Universidade Federal do Acre (UFAC), a Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). Porém, Rick observa que essas universidades têm enfrentado questionamentos judiciais. Segundo ele, isso poderá ser resolvido com a emenda constitucional.

“Há decisões judiciais alegando que a criação de critérios regionais violaria o princípio da igualdade de condições de acesso à educação. [Outras] reconhecem a validade, porém argumentam que os critérios adotados por algumas instituições teriam contrariado a razoabilidade, com percentuais muito altos, reservas de vagas excessivamente numerosas ou definição inadequada de seu escopo”, explica o senador.

A PEC apenas autoriza que as universidades implementem a medida, mas não estipula detalhes sobre o seu funcionamento.

Para Alan Rick, as ações afirmativas são especialmente relevantes para os cursos mais concorridos, como medicina. Ele relata que na UFAC, por exemplo, a taxa de estudantes de medicina provenientes de instituições de ensino locais passou de 15% a 20% entre 2015 e 2018 para cerca de 50% em 2022, a partir da adoção do bônus regional.

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“Hoje, muitos candidatos de outras regiões são aprovados em universidades públicas do Norte e do Nordeste, mas não se fixam nesses locais após formados. Assim, assegurar que candidatos locais possam ascender a esses cursos teria o condão também de facilitar a fixação de médicos em locais onde ainda há efetiva carência desses profissionais”, complementa ele.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

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Paim critica suspensão pelo STF de processos sobre ‘pejotização’

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O senador Paulo Paim (PT-RS) criticou, em pronunciamento no Plenário nesta segunda-feira (5), a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu os processos que discutem a legalidade da “pejotização” — prática em que empresas contratam trabalhadores como pessoas jurídicas (PJ) para evitar o vínculo formal com carteira assinada.

— O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) destacou que essa suspensão “fere o princípio constitucional da garantia de acesso ao Poder Judiciário, negando a prestação jurisdicional por tribunais mais habilitados a reconhecer a pejotização ou as terceirizações ilícitas”. Essa tentativa de enfraquecer a Justiça do Trabalho também silencia os trabalhadores e desconsidera as vozes das ruas, daqueles que estão com as mãos calejadas — afirmou.

Segundo o parlamentar, a pejotização fragiliza os direitos trabalhistas porque o modelo de contratação disfarça vínculos formais de emprego, mantendo características como jornada definida, subordinação e salário fixo, mas sem garantir os direitos previstos na CLT, como férias, 13º salário, FGTS e seguro-desemprego.

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— Essa prática é frequentemente utilizada para reduzir encargos trabalhistas e tributários, mas configura fraude quando encobre uma relação de emprego tradicional. Quando essa fraude é efetivamente comprovada, os responsáveis podem ser condenados ao pagamento dos valores devidos e não pagos pertinentes à relação trabalhista — disse.

Paim também citou dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), indicando que a pejotização já atinge cerca de 18 milhões de trabalhadores. De acordo com o parlamentar, desde a reforma trabalhista, esse modelo de contratação causou perdas de aproximadamente R$ 89 bilhões na arrecadação, colocando em risco a manutenção da Previdência Social. Ele anunciou a realização de uma audiência pública na próxima quinta-feira (9), na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), para debater o tema com entidades sindicais, representantes do governo, do Judiciário e do Ministério Público.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Fonte: Agência Senado

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